Sexta-feira, 10 de Dezembro de 2004

aventuras de um universitário – parte 1: a caminho da universidade

Após um pequeno afastamento (pequeno!?) do mundo blogista e de discussões fogosas e que quase levaram a porrada (“xiii toni 2 … também tás a exagerar!” … yah, pois tou, mas é pra dar um ar mais agressivo =P) com leitores (esta parte não é suposta acontecer, pelo menos muito frequentemente =P), estou de volta, desta vez para iniciar algo que quase dava um livro: as aventuras de um universitário. Por agora fica só a primeira parte (sim, porque se metesse tudo de uma vez ficava grande demais e vocês só cá vinham ao blog uma vez, e ficavam logo fartos do blog do toni; se estiver dividido têm que cá vir ao blog mais vezes pra ler o resto das aventuras e assim ganhamos mais votos =P).


Como qualquer pessoa normal (por normal entenda-se deste mundo, do planeta Terra) tenho que me deslocar de minha casa à faculdade (já não com qualquer pessoa normal, mas como qualquer universitário) e, como qualquer universitário digno desse título, tenho que fazê-lo por meio de transportes públicos (sim … porque isso de ir de carrinho pra faculdade é coisa de universitário já muito avançado, do tipo que devia estar a acabar o curso mas que ainda tem análise matemática 1 ou 2 por fazer, ou então de gajo que tem uns pais que não se importam que o carro volte à garagem com um risco – ou muitos – a mais do que quando saiu).


Ora, toda (ou quase toda) a gente já deve ter andado de transportes públicos. Qual é a grande característica comum à maioria dos transportes públicos? Não, não é o facto de levar muitas pessoas … isso é secundário! A grande característica dos transportes públicos é que nunca cumprem os horários. Chegam sempre mais tarde do que a hora indicada. Demoram sempre uma eternidade a chegar ao destino. Se sabem que não cumprem os horários (ou que não os costumam cumprir), pra que é que dão papelinhos com os horários todos certinhos, que ainda por cima no fim dizem “NOTA: o motorista fará os possíveis para cumprir os horários, e os tempos indicados dependem da intensidade do trânsito”. Pra isso mais valia porem: “NOTA: Você é um parvo que não se pode se pensa que vai chegar a horas ao seu destino. Devia ter-se levantado mais cedo da cama e ter apanhado o comboio das 5h30m! Obrigado, e volte sempre a usar os nossos serviços de transportes porque nós gostamos que gaste o seu dinheiro connosco.”


            Outra coisa muito característica dos transportes públicos é, por muito que não se queria, ficar-se a saber da vida de toda a gente ou do que aconteceu na novela durante a semana. Há sempre aquela velhota que começa a contar à pessoa do lado (mesmo que não esteja ninguém ao lado dela) que quando era mais nova esta terra era diferente, ou que aquela terra era muito mais calma e havia menos assaltos, ou que agora o mundo está de pernas para o ar e que ainda na semana passada a filha teve um filho e ela teve que ir ao hospital fazer uma hemodiálise e tratar da perna porque teve um acidente quando estava a lavar os dentes. Por vezes, se se for mesmo “sortudo”, ainda se apanha com um daqueles maluquinhos (coitados :\) ou bêbedos (também coitados, mas menos que os primeiros :\ porque são daqueles que não se controlam e que por volta da hora do pequeno almoço já tão à porta da “Tasca do Manel” e já levam o motor bem aquecido com uns copitos de vinho do porto que estava lá em casa escondido entre a garrafa de champanhe da passagem de ano anterior e a de rum) que começam a pregar no autocarro como se estivessem na rua, a dizer coisas do tipo: “A culpa é da Juventude de hoje em dia!” ou “Estas gerações mais novas de hoje em dia são uma merda e só fazem merda!” ou ainda “A culpa é tua! Sim, tua! Sim, sim! Estou a falar contigo!”. Com ainda um pouco mais de sorte apanha-se as tais pessoas que contam a novela toda ou que passam a vida a falar mal da vizinha, mas assim que ela entra no autocarro a cumprimentam como se fosse uma irmã ou irmão há muito tempo desaparecido. Pior mesmo é ouvir as pitas (sim, pitas, miúdas novinhas, under 13 … e não me venham com essa de “ahhh mas também há pitos!” … pois há, mas eles falam menos entre si nos transportes públicos, e quando falam é sobre PlayStation ou merdas do tipo “xiii! ontem saquei um ‘ganda’ headshot num gajo pahh … foguh ‘ganda’ headshot mesmo!!” ou ainda “xiii! viste a Cátia Vanessa!? tá mesmo boa … fdx … comia-a toda … era mesmo!”), que mal têm idade para saber o que é um rapaz e já rodaram pelo bairro todo, e que passam a viagem toda no autocarro a contar à pita amiga o quanto o Chico Zé lá da escola do 6º 21ª a faz sofrer e que queria passar o resto da vida com ele e que o acha um “ganda pão” e que curtia com ele se ele quisesse e merdas assim (conversa de pitas, basicamente).


            Uma coisa muito curiosa nos transportes públicos é que é um sítio muito propício a acidentes. Ou então sou só eu =P … mas acho que há mais acidentes num transporte público ou na estação/paragem, do que em casa (sem contar com aquelas vezes que se pega fogo à casa ou que se parte a jarra chinesa comprada nos 300’s que a mãe tanto adora e que acha que é a coisa mais valiosa que está em casa). Pronto … não há assim muitos mais acidentes. Pronto … nem sequer há mais acidentes do que em casa, mas a verdade é que são dos acidentes mais hilariantes por que um gajo passa, daqueles que na altura um gajo pensa que podia ter morrido ou uma coisa quase tão má, mas que depois dá vontade de rir. Acidentes do tipo estar a levantar-se e, de repente, o autocarro fazer uma “not-so-easy left” e, quando procura a barra pra se agarrar reparar que afinal ali não há barra e depois cair de boca ou cu no chão que é uma coisa parva e que toda a gente fica a olhar com cara de “ahhh … deve-se ter aleijado!”. Ou então acidentes do tipo ir-se a sair do metro ou do comboio e as portas começarem a fechar-se e, com medo de ficar dentro/fora da carruagem, começar a correr e tropeçar e cair de boca no chão, aos pés dum gajo que olha pra nós e que deve pensar “já que ai estás … podias engraxar-me os sapatos!”. Ou ainda situações que nos levariam pra um sitio bem mais calmo e melhor (não, não me estou a referir à própria cama,  nem ao hospital – hospital e melhor não combinam; algo bem pior … ou melhor, depende do ponto de vista de cada um) do tipo o autocarro passar a um yoctometro (pra quem não sabe, corresponde a 10 elevado a -24 metros) de nós, ou estarmos num sitio e mesmo no último yoctosegundo (acho que já perceberam a ideia) possível um amigo (sim, porque isto é que são amigos! melhor ainda, são uns heróis de verdade … super-homem? … isso é pra meninos! isto sim são heróis a sério, que não precisam da sua capa nem dos seus poderes especiais pra fazer o bem e salvar vidas =P) puxa-nos para fora da trajectória do autocarro conduzido por um “motorista que já deve ter sido piloto de formula 1” (comentário que às vezes se ouve as velhinhas dizerem quando o autocarro circula a 10km/h, mas que, só porque as fez abanar um pouco, já é rápido demais =P).


            Não podia deixar de referir os grandes, os únicos, os autênticos … motoristas. Esses Senhores, com S grande, são muito especiais, e com eles ou é 8 ou 80 … não há cá meio-termo. Ou se apanha com um daqueles que tem cara de “já devia era estar reformado e numa praia paradisíaca, mas com o que ganho não me posso reformar antes dos 90”, que nos chateiam a cabeça por tudo e por nada, porque o selo não está bem colado ou porque quando entrámos fizemos demasiada pressão sobre o degrau; ou então apanha-se daqueles que se está a cagar pra tudo e que está ali numa de tentar matar o maior número de pessoas de susto, fazendo aqui e ali umas curvas, usualmente designadas de perigosas ou mortais, a 120km/h, ou que trava a fundo só quando o vermelho cai e que faz toda a gente ir parar ao vidro frontal do veículo da frente.


            Podia falar sobre muitas mais coisas sobre os transportes públicos. Sobre a forma como as pessoas se colam umas às outras que parece que vão iniciar uma orgia e que NÃO RESPEITAM A MERDA DA DISTÂNCIA ACEITÁVEL ENTRE PESSOAS DESCONHECIDAS E SE COLAM QUE NEM LAPAS!!! (1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 10 … Já passou! Pronto! Já tá todo … Ai! Já tá no ar outra vez … Peço desculpa! Estava a pensar noutra coisa =P).


            Pois, podia falar de muitas mais coisas, mas o artigo já tá um pouco extenso e não vos queria maçar muito mais. Tentarei publicar a 2ª parte na próxima semana, ou então só depois do dia 20, depende como correrem as coisas :\ Ao bom estilo de DB: “Não percam o próximo episódio porque nós também não!”


Fiquem bem e “toniem” muito … e com estilo! =P


 


P.S. – para os que de vós estão a pensar “ohh toni … falas destas coisas todas, mas parece-me a mim que és mas é um ‘ganda cusco’ e que ouves as conversas de toda a gente.” Acreditem que quando digo que se ouvem estas conversas, ouvem-se mesmo, quase chegando ao ponto do tipo do carro do lado ter que pôr o rádio no volume máximo pra se poder concentrar na música que ia a ouvir. É daquelas conversas que deviam era ter um poster afixado na porta do autocarro a dizer “Grande palestra sobre o Chico Zé, com Cátia Vanessa da Silva Lopes, Mariana Andreia Lopes da Silva, e com participação especial de Maria Josefina das Dores, que também dará um ‘cheirinho’ do que se passou na novela ‘Amo-te tanto que vamos fazer uma novela pra TVI’ ao longo deste mês”

publicado por Toni, o Primeiro às 14:33

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De afonso fernandes a 4 de Dezembro de 2005 às 22:37
pá tá muito comprimdo para melhorares podias escrever um pouco menos e mais humurado!!!!!!!!!:)
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